Quando a magia acontece!


Nunca entendi bem como é que ela fazia aquilo, a Matilde, a minha melhor amiga desde que me lembro de ser gente. Pequena, franzina, cabelo emaranhado e um olhar sempre atento ao mundo, especialmente a mim. Havia algo especial nela, dentro da sua mala, havia sempre uma bolsa, mas não uma qualquer, era vintage, de tecido encorpado, coberto por flores em tons antigos, como se tivesse sido arrancado de uma ilustração botânica de uma enciclopédia esquecida no sótão de uma casa senhorial. Essa bolsa fazia magia, ou seria ela?


O Antihistamínico


Tínhamos 15 anos. Aula de Matemática, embora o professor estivesse a divagar sobre Platão, como se desse Filosofia em part-time. De repente, comecei a espirrar sem parar. Um ataque de alergia repentino e incontrolável, cheguei a pensar que me ia sair um pulmão pela boca.

A Matilde, sentada a meu lado, nem hesitou, abriu a sua mala, retirou a sua bolsa e puxou o fecho dourado que fazia um som suave, e tirou de lá um comprimido pequenino, branco, envolto num plástico com bolhas.

— Antihistamínico. — disse ela, ao mesmo tempo que me estendia uma garrafinha de água que eu nem vira sair da carteira.

Sorri-lhe, ainda a fungar, mas já com o comprimido debaixo da língua e o coração cheio de espanto. Essa foi a primeira vez que vi a bolsa e nunca mais a esqueci.


O Livro Perdido


Outro dia, outro caos. Era a minha vez de apresentar um trabalho sobre um livro de leitura obrigatória, daqueles chatos, mas essenciais para não chumbar, e, claro, não o encontrava. Revirara tudo, a mochila, a secretária, até debaixo da cama. Nada.

Faltavam cinco minutos para a aula começar e eu estava a hiperventilar. A Matilde, sempre calma, sentou-se a meu lado no banco, abriu a bolsa e com a habitual delicadeza e tirou… o livro.

— Eu trouxe o meu. Empresto-to.

Fiquei de boca aberta, a apresentação dela já tinha sido na semana passada! Era como se a bolsa soubesse o futuro, como se fosse mágica, mas só… comigo.


O Botão


Alguns anos depois, a caminho de um jantar importante, com uma camisa branca nova, daquelas que só usamos em ocasiões sérias, ouvi um pequeno estalo: uns dos botões do peito tinha saltado. Olhei para ele, caído no chão como se me tivesse traído, e entrei em pânico.

A Matilde, sempre a meu lado, parou e calmamente, abriu a sua mala, puxou da bolsa e, como quem faz magia com gestos ensaiados, tirou um botão… igualzinho ao meu, no mesmo tom, mesmo tamanho.

— Também tenho linha e agulha — disse, com um sorriso simples, como se carregar um mini atelier de costura dentro de uma bolsa fosse o mais normal do mundo.

Comecei a reparar em padrões. Sempre que eu precisava de algo, um penso, um elástico, um adaptador para o telemóvel, ela tinha. Mas quando ela precisava de coisas simples, pastilhas para a garganta, um espelho, um rebuçado de mentol, a bolsa estava… vazia.

— Parece que só gosta de ti — disse-me um dia, a rir.


O Aniversário

Foi no dia dos meus anos. A Matilde organizou um piquenique no parque da cidade o nosso lugar favorito desde crianças. Havia sol, mantas coloridas estendidas na relva, música suave vinda de uma coluna pequena, e bolinhos caseiros com cerejas por cima.

A certa altura, chegou o momento dos parabéns. Ela trouxe um bolinho especial, pequeno e fofo, com chantilly e morangos no topo, mas lembrei-me que não havia isqueiro, nem fósforos nem nada para acender as velas.

A Matilde correu até à mala, ajoelhou-se no chão e abriu ansiosamente a sua bolsa. Procurou. Vasculhou. Parou.

— Não pode ser… — sussurrei, sem saber se me referia à bolsa ou ao momento. — A bolsa… falhou?

Ela baixou os olhos. Respirou fundo. Depois levantou o olhar e disse, com um sorriso triste, mas cheio de verdade:

— Não. Eu preparava-a todos os dias. Pensava em ti. Observava-te. Sabia o que ias precisar antes de tu saberes. Porque… és a pessoa mais importante da minha vida. Mas não sei como me fui esquecer de algo tão simples. Estou tão chateada…

Naquele momento, percebi duas coisas.

A magia nunca esteve na bolsa.

A magia… era ela.


Bolsa Vintage Cavallini


Há objetos que não são apenas úteis, contam histórias, evocam emoções, e acrescentam um toque especial ao nosso dia a dia. As Bolsas Vintage da Cavallini são exatamente isso, artigos que combinam funcionalidade com um charme intemporal.

Confecionadas em 100% algodão natural estruturado, estas bolsas destacam-se pela sua qualidade e atenção ao detalhe. São resistentes, mas suaves ao toque, perfeitas para quem procura um acessório duradouro que não compromete o estilo. O fecho de correr de alta qualidade, acompanhado de um puxador em pele, garante segurança e um acabamento refinado. Já o forro azul-marinho escuro oferece um contraste discreto, mas elegante.

O que realmente distingue estas bolsas são as suas ilustrações, imagens vintage exclusivas retiradas dos arquivos da Cavallini, que trazem consigo um espírito nostálgico, quase poético. A Botânica, por exemplo, é perfeita para quem aprecia a flores e é ideal para guardar pequenos objetos como maquilhagem, canetas, cabos ou chaves, sem perder o toque de classe.

Estas bolsas não são apenas práticas: são verdadeiros acessórios de estilo, ideais para usar sozinhas ou em conjunto com as Tote Bags da Cavallini. Juntas, formam um duo perfeito para o dia-a-dia, versátil, sofisticado e cheio de personalidade.

Para quem valoriza o design com a estética vintage e a qualidade dos materiais, as Bolsas Vintage da Cavallini são muito mais do que simples organizadores, são peças únicas, que perpetuam no tempo.



16 de abril de 2025
Lá no fundo, vi a minha tote bag preferida, aquela que usava quando saía sozinha, antes de me moldar para agradar aos outros. Peguei nela, coloquei lá um livro que andava a adiar ler há meses, um caderno e uma caneta, os meus fones, toalha, protetor solar e alguma comida e fui até à praia.
9 de abril de 2025
Passei por uma papelaria na Baixa e, na montra, reparei num caderno com uma capa ilustrada com gatos. Havia qualquer coisa nele que me chamou. Entrei, determinada. “Posso ver aquele caderno dos gatos que está na montra?”, perguntei à funcionária. “Claro que sim!”, respondeu com um sorriso. “Esse é novo por aqui, mas a marca tem modelos lindíssimos. Quer que lhe mostre mais?”
22 de março de 2025
Decidi emoldurá-lo e dar-lhe o destaque que merecia, numa das paredes da casa! Enquanto o preparava, reparei que no verso havia algo escrito. As letras estavam ligeiramente desbotadas, como se tivessem sido impressas há décadas, mas ainda perfeitamente legíveis: "Momentos captados pelas câmaras perpetuam no tempo! Dentro do baú, há uma caixa repleta de memórias que nunca ficarão esquecidas."
19 de março de 2025
Na cozinha, o meu pai reina. Adora cozinhar e experimenta receitas novas com o entusiasmo de um chef Michelin. Usa sempre um avental com cogumelos que lhe ofereci no aniversário, numa loja de artigo vintage, como ele.
5 de março de 2025
Descobri que às vezes, a felicidade está nos gestos simples. E que, de certa forma, todos estamos a tentar montar o puzzle da nossa própria vida — uma peça de cada vez, contudo quando o fazemos acompanhados, o caminho torna-se mais leve, e as imagens, mais bonitas.
26 de fevereiro de 2025
Rasguei o canto do envelope com cuidado, puxando o seu interior para fora. Um lápis caiu para o chão, antigo, com a madeira gasta e a ponta arredondada. Peguei nele e virei-o devagar. Na lateral, o nome "Beatriz" estava escrito a caneta, as letras quase apagadas pelo uso.
Postais de S. Valentim da Cavallini
12 de fevereiro de 2025
Desde pequena que sempre gostei de guardar e colecionar pequenas coisas, desde pedaços de papel, fotografias, bilhetes de cinema, conchas apanhadas na praia, a cartas nunca enviadas.
Flores e bloco de notas aderentes com flores da Cavallini
5 de fevereiro de 2025
Agora é o momento certo! Já há alguns dias que parecia que nada corria bem. O cansaço acumulado pesava-me nos ombros, e a sensação de impotência começava a sufocar-me.
toalha de cozinha da cavallini e um pão
29 de janeiro de 2025
O cheiro do bolo de laranja quente enchia a cozinha, misturando-se com o vapor do chá acabado de fazer.
22 de janeiro de 2025
As flores e o postal de boas-vindas na minha mesa, que guardo até hoje, foram um sinal claro de que este não era apenas um emprego, era um lugar onde eu poderia crescer como profissional e como pessoa.
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