Passo a semana a desejar ansiosamente que o fim-de-semana chegue, mas hoje é sábado e só me apetece ficar na cama, rendida aos meus próprios pensamentos. Conheço esta sensação há tempo demais e normalmente vem acompanhada por um sentimento de culpa ao domingo à noite, pois a minha mente convence-me de que não aproveitei como deveria. Como mudar certos padrões comportamentais em mim? Como não os repetir? Esta minha corrente de pensamentos foi abruptamente interrompida por um som estridente vindo da minha mesinha de cabeceira.
Era o meu telemóvel. Rodei o meu corpo, estendi o braço em direção a ele e atendi:
- “Olá! Então, como estás?” - Ouvi do outro lado. Era a minha melhor amiga.
- “Olá! Estou bem e tu?” - Evitei responder com sinceridade à pergunta e redirecionei-a a ela, como um boomerang.
- “Também! Está um dia lindo lá fora. Estava a pensar que podíamos aproveitá-lo as duas, ir ao rio, por exemplo! Dávamos um mergulho, púnhamos a conversa em dia, relaxávamos um pouco. O que é que achas?” - Disse ela com uma felicidade que me contagiou. No entanto, embora a proposta dela fosse aliciante, ainda não estava certa que a queria pôr em prática.
- “Não sei, amiga...” Digo enquanto levo a mão à cabeça, na tentativa de aliviar alguma tensão em mim e continuei - “Na verdade sinto-me um pouco em baixo, então estava a pensar ficar por casa, acho que não vou ser uma boa companhia” - decidi presenteá-la com um pouco da minha honestidade, embora não fosse exatamente o que ela desejasse ouvir.
- “Oh, lamento que te sintas assim. Quero que saibas que estou aqui também nestes momentos e que a tua companhia é sempre boa para mim” - disse ela e as suas palavras acariciaram-me o coração, como uma espécie de beijo. De repente senti ânimo e entusiasmo em fazê-lo e por isso retorqui:
- “Obrigada, sabes sempre o que dizer. A que horas passas por aqui?” - O sorriso que se formou do outro lado denunciou a felicidade que ela sentiu por eu ter aceite o seu convite, e isso já valeu a pena.
Levantei-me da cama e, num ápice, apercebi-me que aqueles pensamentos que experienciei mais cedo, tinham-se dissipado. Nesse momento sentia que tinha um propósito para o dia, por isso, apressei-me a escolher a roupa, os livros que queria levar para ler, a comida que íamos partilhar, com alegria e excitação.
Eram 11h quando passou aqui por casa e me apanhou. Pelo caminho conversamos, cantamos a plenos pulmões canções dos Beatlles, Rolling Stones, Queen e Madonna, rimo-nos, e, mesmo quando nos perdemos pelo caminho, foi uma oportunidade para apreciar uma bela cascata que desconhecíamos por completo que existia tão perto de nós.
Quando finalmente chegamos ao destino, uma sensação de paz e calma tomou conta de mim. Era impossível não ficar rendida à beleza daquele lugar, onde o rio se encaixava perfeitamente no vale e enquanto as montanhas repletas de flores o acolhiam numa espécie de abraço.
Estendemos as toalhas e sentamo-nos sobre elas, prontas para nos entregarmos àquele lugar.
- “Eu sei que nem sempre é fácil falarmos sobre assuntos que nos incomodam e embora saibas que estou aqui, queria te oferecer algo para que te lembres sempre disso mesmo” - diz a minha amiga enquanto me dá para a mão uma Tote Bag linda, com um padrão que nunca vou esquecer: várias prateleiras cheias de livros e com a inscrição “Bibliotéque” no topo. Após apreciar o belo design daquele presente, estava curiosa para descobrir o que se encontrava no seu interior. Rapidamente a abri e os meus olhos deparam-se com um caderno, acompanhado por uma caixa metálica com vários lápis, ambos com o mesmo padrão vintage e inesquecível da Tote Bag. Essa atenção aos pormenores, o cuidado na escolha dos materiais, a intenção que estava por trás tocaram-me profundamente, até porque ela sabe o quanto eu gosto de livros e de escrever. Naquele momento, senti uma gratidão enorme a apoderar-se do meu corpo, por ter uma amiga como ela na minha vida e retribui-lhe com um longo e apertado abraço, enquanto os meus olhos se enchiam de lágrimas de felicidade.
Esse dia foi transformador e alguma coisa em mim mudou. As conversas que tive com a minha amiga, que flutuavam entre profundas e fofoquices, aliado ao facto de ter escrito tudo o que me ia na alma naquele caderno, foi terapêutico.
Consegui abandonar as minhas preocupações, coloquei as coisas em perspetiva, relativizei, respirei, apreciei as coisas simples da vida e conectei-me comigo mesma, com a natureza e com um ombro amigo. Voltei para casa muito mais leve.
Realmente, a amizade é a melhor coisa do mundo.
O conceito de journaling é relativamente recente e refere-se ao ato diário de exteriorizarmos para o papel anseios, preocupações, devaneios ou pensamentos. Esta prática pode ser uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, obtenção de clareza mental, gestão de stress, estímulo de criatividade ou planeamento de metas e objetivos. É uma espécie de espaço seguro para nos expressarmos, refletirmos, organizarmos pensamentos e solucionarmos questões que nos estejam a preocupar.
Ao fazê-lo de uma forma diária, apercebemo-nos de padrões que se possam estar a repetir, lidamos com emoções que possam ser difíceis de gerir, obtemos maior clareza na resolução de problemas, registamos memórias que não queremos perder e promovemos o nosso crescimento pessoal.
Quando estamos muito envolvidos por uma emoção ou pensamento, é difícil colocar as coisas em perspetiva e sairmos desse estado de confusão. Ao escrevermos as nossas preocupações num papel conseguimos furar essa nossa bolha e observarmo-nos de fora, como uma terceira pessoa, ajudando-nos a organizar melhor as nossas ideias, tomar decisões e lidar com situações desafiadoras de maneira mais eficaz.
Os pensamentos normalmente surgem acompanhados por emoções, que podem não ser as mais agradáveis. Escrever sobre as nossas preocupações, ansiedades ou problemas pode atuar como uma forma de desabafo, aliviando a pressão emocional que colocamos sobre nós. Para além disso, o ato de escrever pode ser relaxante e terapêutico.
Escrever é uma ótima forma de autoexpressão e permite-nos desenvolver habilidades de comunicação. Oferece-nos a oportunidade de praticar diferentes estilos de escrita, como a narrativa, a poesia, a ficção ou não ficção criativa. Escrever regularmente pode ajudar-nos a explorar livremente novas ideias e pensamentos.
Utilizar journaling para registarmos metas ou objetivos faz com que estejamos mais atentos ao seu progresso, aumentando a nossa motivação e comprometimento. Acompanhar a sua evolução ao longo do tempo ajuda-nos a manter o foco e a ajustar estratégias conforme necessário.
Fazer journaling permite-nos refletir acerca os nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Isso é especialmente benéfico na identificação padrões de pensamentos negativos, crenças limitantes existentes em nós, hábitos prejudiciais etc o que constitui o primeiro passo para tentarmos mudar essa realidade.
Os cadernos da Cavallini, clássicos e intemporais, são especialmente motivadores para pôr em prática a arte de fazer journaling. Com design vintage, 144 páginas pautadas em creme, fecho elástico, bolso interior traseiro e capa dura, os nossos cadernos manterão todas as nossas notas e recordações em segurança.
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